segunda-feira, 23 de março de 2015

Como foi seu dia?


Mesmo que o dia comece quando o relógio marca às 00h, a concepção corrente e espalhada na mente popular é que ele começa sempre ao raiar do sol, quando já é manhã. Dependendo do local, a hora exata do nascer solar varia, mas ao que parece, sempre consideram o início do dia ao raiar do sol.

O nascer do sol é lindo e encantador para os românticos aficionados por belas paisagens, principalmente o local que se está favorece as sensações visuais. Para o trabalhador, em seu cotidiano, o nascer do sol marca mas um dia árduo de trabalho, cheio de novidades imprevistas e de e mesmices esperadas. Para quem está iniciando um novo emprego ou até mesmo mais um momento de férias, o nascer do dia lhe reserva diversas novidades imprevisíveis, mesmo que algumas esperadas. São novas sensações.

Quero falar sobre um dia de minha vida.

Esse dia começou em fevereiro de 2011.

Bem, essa manhã, ao raiar do sol, chamada de 2011, era somente o início de um dos dias mais marcantes de minha vida. Como todo garoto que sonhava, planejava e criava diversas expectativas sobre seu futuro, assim era eu. E como a espera por um dia importante, assim esperava eu por esse dia.

Ele começou discreto, cheio de novidades. Ao sair de casa, depois de amanhecer, me deparei com outro mundo. Encantador, misterioso, com promessas de durezas e violências, ao mesmo tempo prometia alegrias e realizações. Esse novo mundo, em que minha estadia de um dia começara, me assombrava pela novidade, e me embelezava pelas formas.

Novas pessoas, novos locais, novas formas de aprender, novas formas de viver.

Como toda manhã, eu, normalmente preguiçoso e sonolento, não consegui aproveitar muito. Meu metabolismo sempre lento me fez cochilar na maior parte desse período (nas aulas de física, pra ser mais claro). Os mais dispostos, que me cercavam, logo se entrosaram nesse novo mundo de vivências espetaculares. Nos momentos em que acordei, algo fiz, mas pouco ficou. E o dia correu...

Correu que a manhã passou, e eu acordei, eu vivi. Vivi e pude me debruçar por esse mundo cada vez mais novo. Conhecer novas pessoas, experimentar novas experiências, criar uma nova vida.

Em um dia, mudei minha vida.

A tarde me reservou as mais incríveis, inesperadas e, de forma que não se da para medir, avassaladoras novidades que já me tinham acontecido nessa breve vida que tinha tido antes desse dia.

Sutilmente, fiz amigos. Pessoas estranhas se me apresentaram e me conheceram. Normal, todo dia pessoas novas aparecem na nossa frente. Mas o que é sútil e inesperado pode devagar se transformar e ganhar proporções gigantescas.

“Não despreze os tímidos começos, eles também rumam aos finais”.


As crianças estranhas que conheci cresceram em um dia. Ao fim desse dia passaram de crianças quaisquer a parte integrante e determinantes para o que cheguei a ser, ao fim do dia.

Aprendi que pessoas não são objetos, no correr desse dia.

A tarde não me apresentou apenas tais pessoas. A tarde me apresentou a mim mesmo.

Como todo jovem imaturo, sonhador, com todo o seu futuro planejado e traçado detalhadamente (como se pudéssemos determinar cada passo), assim era eu antes daquele dia. E assim comecei aquele dia. Mas aquela tarde quebrou todas as concepções que eu tinha sobre mim mesmo.

Quem disse que sabemos de tudo sobre nós?

Naquela tarde, com aquelas pessoas, em meio aquele turbilhão de programações que não me deixava parar, eu entendi não o que sou, mas o que eu posso chegar a ser. Nesse dia eu pude saber algo importante sobre mim. Tais pessoas, como partes constituintes de meu ser, e tais saberes como formadores de meu pensar, acabaram por influenciar o meu agir.

Sem dúvidas, a tarde foi o período mais longo desse dia, com toda essa relatividade temporal na nossa forma de ver o mundo. Sem dúvidas, essa tarde que não foi um fim, mas a construção e desenrolar desse dia, foi a melhor parte. (não falei de 1%, relembre você mesmo dos 99).

A noite chegou.

Seu início ainda preservava, em mim, uma vitalidade de um dia corrido. Mas, como todo dia corrido, o desgaste tinha visivelmente chegado. Mas ainda dava pra continuar.

Sabe as pessoas que conheci durante a tarde? Já eram tão familiares quando a noite chegou.

Sabe o eu que reconheci em mim durante a tarde? Já estava tão mais visível quando a noite chegou.

A noite veio para firmar o que de manhã se apresentou e o que de tarde se conheceu e construiu. E firmou mesmo. Firmou e esclareceu o que ainda não se havia esclarecido.

De noite, quando as crianças imaturas já haviam se transformado em jovens como um pouco de vivência, as coisas se mostraram mais claras e firmadas. Tanto eu, como os demais, já pareciam ter uma ideia com um bom fundamento sobre como a vida é. Claro, chegamos apenas ao alicerce dessa obra chamada vida.

A noite demorou a passar, mas está chegando ao fim.

Agora, depois desse dia corrido, volto para casa. Tudo mudou, de fato. Já não sou mais o mesmo que de manhã cedo se levantou para conhecer um pouco da vida, mas volto para casa diferente (e com alguns quilos a mais). Também cansado.

Como num dia corrido e bom, chego em casa recordando de tudo o que passou.

Ai que vontade de viver aquilo de novo!

Ai que vontade que muito daquilo se repita!

Mas a vida é assim, efêmera, tudo passa.

Me preparo para dormir com a sensação de que alguma coisa ainda pode acontecer, mas já não fará tanta diferença quando se compara ao que já aconteceu.

Bem, e o seu dia, como foi?

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