Ontem
ganhei de uma amiga um simples presente. Simples aos olhos naturais,
mas de uma magnitude gigante quando se trata de meu eu interior cheio
tensões existenciais. Como dedicatória vinha um agradecimento por
coisas boas vindas de uma amizade.
A
sensação de ser lembrando é muito boa e te faz se sentir amado. Um
simples gesto se transforma num ato de carinho que marca.
Mas,
como disse, foi um gesto onde demonstra a firmeza de uma amizade de
onde procederam coisas boas.
Minha
questão é: se eu a tivesse magoado, sido a pior pessoa que ela
conheceu, feito coisas terríveis que a fizesse sentir dor profunda e
abrisse uma ferida que dificilmente cicatrizaria, como ela teria me
tratado?
A
resposta mais óbvia possível que você poderia me dar, seria que eu
merecia ser ignorado, esquecido, tratado com desprezo e apagado da
memória dela. Para não dizer coisas piores. Esse é o pensamento
mais comum a se ter, inclusive por mim. É tão lógico da ótica da
nossa natureza humana que, possivelmente, todos a aconselhariam a
fazer isso que disse, ou muito mais.
Sabe
o que é interessante nessa hipótese? É que ela é real.
Não,
eu não fiz nada disso com ela. Eu fiz muito pior que isso, mas com
Deus. E você também (inclusive ela mesma).
E
diferente de tudo o que eu sugeri, e que a maioria, para não dizer
todos, iriam sugerir como resposta aos atos cruéis cometidos por mim
na ilustração, Deus olhou para mim com amor. E me ofereceu um
presente. Mas não foi um simples presente que alegrou e me marcou,
foi o maior presente que poderia ser dado a qualquer homem: Ele me
salvou.
Quando
eu olho para a crucificação de Jesus Cristo, eu me vejo como o pior
ser que poderia existir, pois quão grande, cruel, horripilante foi o
meu pecado para que o Santo Filho de Deus fosse morto de forma tão
bárbara e sangrenta. Tanta dor provocada por mim ao Justo.
É
nesse momento que eu olho para o mais perfeito amor. Um amor que não
buscou nenhum interesse próprio. Um amor que não foi demonstrado
porque eu fiz por onde tê-lo, pelo contrário. Um amor que olhou
para o seu maior ofensor e lhe ofereceu a maior dádiva. Maravilhoso
e perfeito amor.
Depois
de entender o que Ele fez por mim, como de tão grandioso modo me
amou, eu me sinto triste e constrangido por todas as vezes que me
senti não amado. Buscar de homens e mulheres, tão falhos quanto eu,
o amor e me decepcionar por não senti-lo, me fez ver o quanto fui
ingrato com Deus, por não ter abraçado e agradecido por esse amor.
Me
sinto constrangido a abraçar esse amor que me cercou e me salvou.
Que opera em mim todos os dias. Que nunca mais deixou me sentir
sozinho e não amado. Só consigo ser grato.
Voltando
a hipótese que levantei sobre minhas ações para com minha amiga,
eu só posso dizer que, tendo ela recebido de Deus o mesmo amor que
eu, a sua resposta aos feitos deveriam ser em amor.
É
isso que Deus requer de nós. Se nós fomos tão maus para com Ele e
mesmo assim Ele nos amou, é assim que devemos ser para nossos
ofensores: Amá-los integralmente. Oferecer respostas amorosas. Ações
bondosas, que visem somente o bem e os leve a Jesus Cristo.
Toda
vez que se sentir ofendido, lembre: nenhuma ofensa se compara a que
você cometeu contra Deus, e mesmo assim Ele te perdoou.
Responda
a tudo e a todos em amor. Essa é a vontade de Deus para todos nós.
À
propósito, ame também quem te ama, e dê livros a esses, como minha
amiga fez comigo, rs.
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