sábado, 7 de fevereiro de 2015

A vida como ela é


Se eu contabilizar o resultado de todas as “lutas” travadas em minha vida, verei que obtive inúmeros fracassos e pouquíssimas vitórias. À própria força, nenhuma que valha a pena falar. E a razão desses incontáveis fracassos se dar justamente a isso: achar que em mim reside força suficiente para encarar e vencer alguma “luta”.

Por luta entenda muitas coisas. Entenda o viver.

Com minha visão cristã e bíblica (tendo somente a Escritura como fundamentação da fé), tenho consciência de quem eu sou segundo a ótica de Deus: um miserável pecador, que usa seu livre arbítrio apenas para escolher os bens inferiores, contrários aos bens supremos que nos leva a Deus (em termos Agostinianos), por estar preso ao pecado e morto para o seu Criador, sem capacidade de vê-lo.

Aliás, isso é o que eu era antes que o próprio Deus intervisse em minha vida através de Sua graça, me fazendo morrer para que eu era e nascer novamente, para ter a vida que sempre deveria ter tido: para o louvor de Sua Glória.

O problema é ainda viver aqui, neste mundo, onde minha memória de vida pregressa não foi apagada, e a sociedade vive a me lembrar quem eu fui, de como eu vivia e do que eu consumia. Não era nada bom.

Tais memórias faz desse “soldado”, convocado por Jesus Cristo para o seu exército, querer “morrer na batalha ao lutar pelo reino”, como bem me descreveu a canção do Tiago Arrais. Momentos...

E são justamente nesses momentos que eu, quando me apoio em minha força para batalhar, fracasso. Fracasso por confiar em mim; por pensar que posso, que sou capaz de alguma coisa, que tenho alguma habilidade para vencer. Daí vem o fracasso. “A soberba precede a ruína”. E o que seria isto, se não o mais singelo e discreto gesto de soberba?

Após esse momento também vem o sentimento de fracasso. E eu, continuando com a discreta e não percebida soberba, sou tomado por esse sentimento e fico estagnado. Parado.

Mas daí, e não me pergunte o porquê, sou lembrado que fui convocado para a guerra. Alistado pelo próprio Deus para Seu exército. É nesse momento que não encontro vida em nenhum lugar, além de Cristo. Para onde irei, se só Ele tem as palavras de vida eterna? É agora o momento que eu não encontro satisfação e vida em lugar nenhum, e lembro que “fui convocado a cantar das vitórias e guerras que nunca vi”. Fora de Jesus, não tenho vida, por isso a sensação de estagnação.

Dito tudo isto e olhando para quem fui, quem sou, e quem poderei ser, não consigo de modo algum compreender o que “Ele vê em mim”. Não se esclarece em minha mente como alguém desse jeito, imundo, desprezível, sem valor, pôde receber o olhar de Deus e por Ele ser tocado, chamado e refeito. Não pode ser por mim, e não é.

É por isso que esse amor me constrange, como bem escreveu o Apóstolo Paulo. E minha oração é que eu nunca pare de ser tocado por esse amor e ser constrangido por Ele. Espero ser constrangido a estar ao lado d'Ele. Único lugar onde preciso e devo estar. 

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