Se
eu contabilizar o resultado de todas as “lutas” travadas em minha
vida, verei que obtive inúmeros fracassos e pouquíssimas vitórias.
À própria força, nenhuma que valha a pena falar. E a razão desses
incontáveis fracassos se dar justamente a isso: achar que em mim
reside força suficiente para encarar e vencer alguma “luta”.
Por
luta entenda muitas coisas. Entenda o viver.
Com
minha visão cristã e bíblica (tendo somente a Escritura como
fundamentação da fé), tenho consciência de quem eu sou segundo a
ótica de Deus: um miserável pecador, que usa seu livre arbítrio
apenas para escolher os bens inferiores, contrários aos bens
supremos que nos leva a Deus (em termos Agostinianos), por estar
preso ao pecado e morto para o seu Criador, sem capacidade de vê-lo.
Aliás,
isso é o que eu era antes que o próprio Deus intervisse em minha
vida através de Sua graça, me fazendo morrer para que eu era e
nascer novamente, para ter a vida que sempre deveria ter tido: para o
louvor de Sua Glória.
O
problema é ainda viver aqui, neste mundo, onde minha memória de
vida pregressa não foi apagada, e a sociedade vive a me lembrar quem
eu fui, de como eu vivia e do que eu consumia. Não era nada bom.
Tais
memórias faz desse “soldado”, convocado por Jesus Cristo para o
seu exército, querer “morrer na batalha ao lutar pelo reino”,
como bem me descreveu a canção do Tiago Arrais. Momentos...
E
são justamente nesses momentos que eu, quando me apoio em minha
força para batalhar, fracasso. Fracasso por confiar em mim; por
pensar que posso, que sou capaz de alguma coisa, que tenho alguma
habilidade para vencer. Daí vem o fracasso. “A soberba precede a
ruína”. E o que seria isto, se não o mais singelo e discreto
gesto de soberba?
Após
esse momento também vem o sentimento de fracasso. E eu, continuando
com a discreta e não percebida soberba, sou tomado por esse
sentimento e fico estagnado. Parado.
Mas
daí, e não me pergunte o porquê, sou lembrado que fui convocado
para a guerra. Alistado pelo próprio Deus para Seu exército. É
nesse momento que não encontro vida em nenhum lugar, além de
Cristo. Para onde irei, se só Ele tem as palavras de vida eterna? É
agora o momento que eu não encontro satisfação e vida em lugar
nenhum, e lembro que “fui convocado a cantar das vitórias e
guerras que nunca vi”. Fora de Jesus, não tenho vida, por isso a
sensação de estagnação.
Dito
tudo isto e olhando para quem fui, quem sou, e quem poderei ser, não
consigo de modo algum compreender o que “Ele vê em mim”. Não se
esclarece em minha mente como alguém desse jeito, imundo,
desprezível, sem valor, pôde receber o olhar de Deus e por Ele ser
tocado, chamado e refeito. Não pode ser por mim, e não é.
É
por isso que esse amor me constrange, como bem escreveu o Apóstolo
Paulo. E minha oração é que eu nunca pare de ser tocado por esse
amor e ser constrangido por Ele. Espero ser constrangido a estar ao
lado d'Ele. Único lugar onde preciso e devo estar.
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