A voz tem um poder
impressionante. Através da voz atraímos e dispersamos, consolamos e insultamos,
seduzimos, mas também decepcionamos. A voz transforma o feio à vista, em belo a
alma, rechonchudos em imponentes galãs, e não populares em grandes. O inverso
também é verdadeiro. O poder da voz é fantástico, tanto no sentido literal,
como no figurado.
Quando falo em voz não me vem à
mente, a priori, as lindas vozes ao ouvido (em latu sensu), mas fico a imaginar aquelas pessoas que são, em si,
vozes. Vozes capazes de influenciar nações, de consolar povos, afagar corações,
exortar comunidades, direcionar vidas, e também subjugar seres humanos. Essas
me impressionam.
Impressionam-me, pois, por mais
triste que seja, nem todos os indivíduos tem capacidade de julgar discursos,
mas são levados pelas vozes de mentes brilhantes, mesmo que nefastas. Também me
impressionam pela capacidade que as vozes têm de embelezar situações tristes, e
dar ânimo aos cansados.
Vozes...
Mas as vozes, em sentido
auditivo, também tem poder. Quem nunca se arrepiou com tonalidades espetaculares
que cantavam canções de tocar alma? Quem nunca se viu atraído por vozes imponentes
de grandes locutores de rádio? Quem nunca desejou ter a voz de alguém? Quem
nunca viu uma moça bonita que, ao abrir a boca, todo o encanto ia embora?
Vozes...
Por essas causas, e outras
também, é que fico feliz por ter uma voz. Mesmo que não seja tão imponente, tão
bonita, e nem sirva para o canto, a narração e a locução. Mas, por ter uma voz,
procuro usá-la da melhor maneira, de forma que sirva a mim e ao meu próximo, em
amor. De forma que não me condene, mas me torne aprazível. Por isso tento me
conter, e só usá-la quando necessário e digno.
Mas, mais que isso, espero ser
uma Voz. Uma Voz que atenda, fielmente, ao chamado do Eterno.
Anderson Bezerra
Nenhum comentário:
Postar um comentário