terça-feira, 17 de junho de 2014

Vozes...

A voz tem um poder impressionante. Através da voz atraímos e dispersamos, consolamos e insultamos, seduzimos, mas também decepcionamos. A voz transforma o feio à vista, em belo a alma, rechonchudos em imponentes galãs, e não populares em grandes. O inverso também é verdadeiro. O poder da voz é fantástico, tanto no sentido literal, como no figurado.

Quando falo em voz não me vem à mente, a priori, as lindas vozes ao ouvido (em latu sensu), mas fico a imaginar aquelas pessoas que são, em si, vozes. Vozes capazes de influenciar nações, de consolar povos, afagar corações, exortar comunidades, direcionar vidas, e também subjugar seres humanos. Essas me impressionam.

Impressionam-me, pois, por mais triste que seja, nem todos os indivíduos tem capacidade de julgar discursos, mas são levados pelas vozes de mentes brilhantes, mesmo que nefastas. Também me impressionam pela capacidade que as vozes têm de embelezar situações tristes, e dar ânimo aos cansados.

Vozes...

Mas as vozes, em sentido auditivo, também tem poder. Quem nunca se arrepiou com tonalidades espetaculares que cantavam canções de tocar alma? Quem nunca se viu atraído por vozes imponentes de grandes locutores de rádio? Quem nunca desejou ter a voz de alguém? Quem nunca viu uma moça bonita que, ao abrir a boca, todo o encanto ia embora?

Vozes...

Por essas causas, e outras também, é que fico feliz por ter uma voz. Mesmo que não seja tão imponente, tão bonita, e nem sirva para o canto, a narração e a locução. Mas, por ter uma voz, procuro usá-la da melhor maneira, de forma que sirva a mim e ao meu próximo, em amor. De forma que não me condene, mas me torne aprazível. Por isso tento me conter, e só usá-la quando necessário e digno.

Mas, mais que isso, espero ser uma Voz. Uma Voz que atenda, fielmente, ao chamado do Eterno.

Anderson Bezerra

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